Talvez eu não esteja para Deus como uma célula para um cientista. Talvez Deus não seja isso que eu associo a Deus, talvez ele não alcance minha existência de uma forma que eu saiba quem ele é. A burocracia invade minha mente e eu descubro que não sei quem é Deus. Somos frágeis, muito frágeis, coitado de mim, querer ser Deus. Acho que neste momento ele esta me olhando e pensando “Pobre de espírito”. Quem é Deus? Será que ele me vê escrever? Será que esta me ditando sua auto-biografia? E se eu lhe nega-se agora, nada ia mudar? Mas eu aceito por ser ignorante frente a Deus, como um empregado que não tem coragem de mandar o patrão calar a boca. Este é o poder que subjuga e é esta idéia que eu associo a Deus, ou seja, crueldade com aqueles que não propagam a bondade, como um empregado do bem.
Não, eu não consigo aceitar um Deus assim, mas porque eu não consigo nega-lo? Aqui, na próxima linha, escrever e assinar. Eu tenho medo do bem, de Deus, de dizer que estou cansado. Mas Deus pode estar aqui em meu coração, nesse exato momento, a dizer “negue este Deus, se liberte desta idéia de Deus, que não é real, se liberte de você mesmo e verifique o real, alem da subjetividade”.
E posso até ouvir ele dizer “negue até a palavra Deus, negue tudo que te constrói”. E assim ele diz “negue que eu falo” e assim em um êxtase ele me mostra que é uma não existência, um silencio, uma eterna negação. Por fim, minhas mãos já libertas de mim mesmo e guiada pelo nada absoluto escreve – EU NEGO DEUS!
Autoria: Filipe Zander Silva
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