É interessante, a vida, ela, este movimento continuo, em que nada consegue ficar parado, mesmo estando imóvel e em silêncio. Essa eterna guerra que constrói castelos e deposta reis. Existe um mistério ai, é o futuro, o que será? Quanto ainda a por vir ? Quanto ainda a de espaço nesta mochila? Que ao nosso corpo franzino tanto pesa.
São nestes momentos, é em cada instante que se constrói estes mistérios. Quero com toda esta forma poética falar da duvida. Temos momentos em nossas vidas em que não temos nada, perdemos tudo, só restou você, sem ser nada, sem fazer nada. Nestes momentos de total insignificância frente ao mundo que aparecem as portas abertas, é no momento que não temos nada que aparece a possibilidade de ter tudo. Mas não podemos ter tudo, pois para cada porta a um caminho com uma logica já determinada. Quando digo que podemos ter tudo quero dizer que as possibilidades são múltiplas.
E nestes momentos, frente a todas estas portas é que vem ela, a duvida, segurando a arma do futuro e dizendo, “Escolha”, “antes que ele atire”. Mas quem somos? Coitados, vemos apenas portas, não vemos os caminhos. Tentamos escolher o menos dolorido, o mais confortável, o mais cômodo e rotineiro. Miserável, perdido entre lembranças longínquas, procurando aqui fora o ventre materno. Medíocres que fogem a luta, que entregam na mão de Deus, mas não entende que a vida é como um rio e não como uma esteira.
Na verdade eu sou determinista e acho que não escolhemos nada, acredito que tudo segue uma teia logica muito meticulosa, que nos leva a escolher o que era impossível não escolhermos. Apesar desta minha concepção de uma lógica no caos eu não nego a sensação de escolher, temos sim esta sensação.
E sobre tudo isso, somos humanos, e sempre quando temos que decidir o que vem a cabeça é uma divisão, isso é muito profundo. Pensemos que cada porta que você entra é um novo homem que nasce e que vai mudar muito caminhando pela sua escolha. E seguindo esta logica, quando você escolhe você mata todo o resto. Quando você escolhe um futuro você mata os outros futuros em potencial. Isso é assim, e você não tem como fugir. Não tem como se dividir em múltiplos e mandar cada um por uma porta. Eis a angustia.
Neste momento chego a um ponto em que só vejo o caos e a insignificância da minha escolha e de minha existência. Nestes momentos é que olho no olho do futuro e vejo que é igual ao olho do furação e olhando bem fixamente digo: “Atire”, Estou disposto a morrer para que este novo homem surja, mesmo sem saber seu rosto, quero aprender com ele.
Filipe Zander Silva 22/08/2011
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