Existe uma praça com muitas arvores
São arvores de jambo
Que quando estão preparados se lançam ao chão
Quantos anos elas estarão aqui?
Ao lado da praça a uma senhora, que já com seus bons anos de vida, toma seus remédios
A vida já passou para ela
Ela já esta perto de se lançar
Porque a vida, apesar de suas metamorfoses, tem princípios e também fins
Leis que não mudam independente da forma
E aqui perto os frutos continuam a cair
Em seu processo de morte
Se desligam desta arvore que é a vida
E eu como vida que ainda floresce
Com a força que se plantou em meu peito
Como filho, fruto do oculto dos ocultos
Daquele que ninguém sabe nem viu, pois esta antes do entendimento e da vista
Continuo a errar, andando por caminhos tortos e sempre a escrever o que não se tem amigo para escutar
E que por mais estranho, terrível porem poético, um dia estará vivo e eu estarei morto
Alguém talvez vai ler e se impressionar
Porem será tarde, o poeta estará morto
Pois o poeta sempre morre com o ponto final da poesia
Mas a poesia continua a se lançar no seu eterno processo de morte
Doce como um jambo maduro
E eu, como apenas aquele que balançou a arvore da vida
Peço que alguém lhe pegue, que alguém lhe coma, lhe saboreie
Para que assim a morte continue seu eterno conúbio com a vida.
Autoria: Filipe Zander Silva
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