terça-feira, 20 de setembro de 2011

Eternidade



Existe uma praça com muitas arvores
São arvores de jambo
Que quando estão preparados se lançam ao chão
Quantos anos elas estarão aqui?
Ao lado da praça a uma senhora, que já com seus bons anos de vida, toma seus remédios
A vida já passou para ela
Ela já esta perto de se lançar
Porque a vida, apesar de suas metamorfoses, tem princípios e também fins
Leis que não mudam independente da forma
E aqui perto os frutos continuam a cair
Em seu processo de morte
Se desligam desta arvore que é a vida

E eu como vida que ainda floresce
Com a força que se plantou em meu peito
Como filho, fruto do oculto dos ocultos
Daquele que ninguém sabe nem viu, pois esta antes do entendimento e da vista
Continuo a errar, andando por caminhos tortos e sempre a escrever o que não se tem amigo para escutar
E que por mais estranho, terrível porem poético, um dia estará vivo e eu estarei morto
Alguém talvez vai ler e se impressionar
Porem será tarde, o poeta estará morto
Pois o poeta sempre morre com o ponto final da poesia
Mas a poesia continua a se lançar no seu eterno processo de morte
Doce como um jambo maduro
E eu, como apenas aquele que balançou a arvore da vida
Peço que alguém lhe pegue, que alguém lhe coma, lhe saboreie
Para que assim a morte continue seu eterno conúbio com a vida.

Autoria: Filipe Zander Silva 

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