terça-feira, 4 de outubro de 2011

De volta ao barro.



Te pego, te amaço, tu serás a experiência de uma nova técnica.
Fasso a base tendo em vista que é o fundamento da obra, devo pensar na resistência.
                Começo, vou te elevando, penso em fecha-la, penso na resistência.
Lembro que me disseram para fazer peças grandes
te elevo e vai surgindo as primeiras curvas e deformações.
                Penso no meu amigo Tiê e de como ele me convidou para a primeira aula de cerâmica.
                Resolvo radicalizar e em uma curva quase cai
                Porem a partir dali consigo ver o futuro.
                E ele é arriscado.
                Momentos de desafio, 100% concentração.
                Enfrento a própria gravidade.
                Cálculos, como em uma dança, lembram-me de como pisei em seus pés.
                Com medo de cair, com medo de pisar no pé.
                Mas, maior ainda, o medo de dançar sem graça.
                Momentos de desespero, turbulência, lembram-me da minha viagem de avião.
                Agora é a calmaria
                A volta, o momento de admirar a obra.
                O momento em que a obra mostra-me que alguém dançava em minha mente. 

Filipe Zander Silva           26/09/2011 
 

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