Te pego, te amaço, tu serás a experiência de uma nova técnica.
Fasso a base tendo em vista que é o fundamento da obra, devo pensar na resistência.
Começo, vou te elevando, penso em fecha-la, penso na resistência.
Lembro que me disseram para fazer peças grandes
te elevo e vai surgindo as primeiras curvas e deformações.
Penso no meu amigo Tiê e de como ele me convidou para a primeira aula de cerâmica.
Resolvo radicalizar e em uma curva quase cai
Porem a partir dali consigo ver o futuro.
E ele é arriscado.
Momentos de desafio, 100% concentração.
Enfrento a própria gravidade.
Cálculos, como em uma dança, lembram-me de como pisei em seus pés.
Com medo de cair, com medo de pisar no pé.
Mas, maior ainda, o medo de dançar sem graça.
Momentos de desespero, turbulência, lembram-me da minha viagem de avião.
Agora é a calmaria
A volta, o momento de admirar a obra.
O momento em que a obra mostra-me que alguém dançava em minha mente.
Filipe Zander Silva 26/09/2011
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